Sua empresa está preparada para um autofinanciamento?

Saiba o que é e como fazer!

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Publicado em 14/03/2022 | Atualizado em 16/06/2023

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Seja qual for o seu porte ou a fase em que se encontre, toda empresa precisa de capital para se manter ativa. Ao se buscar o apoio de linhas de financiamento, por melhores que sejam as condições oferecidas, esta contratação sempre significará uma espécie de endividamento e, como tal, um risco para o negócio. Por este motivo, muitas empresas priorizam, sempre que possível, práticas de autofinanciamento, ou seja, maneiras de financiar o próprio empreendimento sem utilizar recursos de terceiros. 

Para que o autofinanciamento seja possível, é necessário que a operação esteja sadia o suficiente para pagar as contas e ter lucros suficientes para serem conservados em seu financiamento interno. Ou seja, na forma mais básica de autofinanciamento o lucro da empresa deve conseguir financiar as necessidades de capital de giro, prioritariamente, e também dos investimentos em ativos fixos.

Financiar a própria empresa é sem dúvidas uma prática muito mais vantajosa do que a utilização de formas de financiamento externas, sobretudo num ambiente econômico recessivo.

O ideal é que, quanto melhores forem suas práticas de gestão e melhores forem os resultados alcançados, o lucro proveniente das receitas seja capaz de aumentar o capital de giro, suprindo pelo maior período possível as operações do empreendimento no período compreendido entre o pagamento dos fornecedores e o recebimento dos clientes.

Caso a empresa consiga se manter nesse tempo sem que seja necessária a solicitação de fontes externas de financiamento, pode-se dizer que ela esteja saudável.

Além de saudáveis, empresas com maiores graus de autofinanciamento possuem uma capacidade mais acentuada de expansão. Isso porque, ao terem níveis insignificantes de endividamento, podem (caso desejem)  recorrer ao mercado de capitais e financeiro de forma auxiliar, sem que isso represente um risco para sua sobrevivência.

Autofinanciar o próprio negócio é também uma prática que exige do gestor alguma maturidade. Ele deve se capacitar e lançar mão de práticas otimizadas de gestão, para ter o lucro assegurado, e ainda ter paciência caso precise prorrogar um investimento até que ele possa ser custeado com os recursos próprios.

Você vai encontrar aqui

Como avaliar possibilidades de autofinanciamento?

Quais as vantagens de autofinanciar a operação?

Quais os riscos de não ter capital de terceiros na empresa?

Como elevar a capacidade financeira da empresa?

Quais tipos de autofinanciamento posso conseguir para minha empresa?

Quais os cuidados devo ter após conseguir o autofinanciamento para minha empresa?
 

Como avaliar possibilidades de autofinanciamento?

O autofinanciamento é uma estratégia comum sobretudo às empresas maiores, mas também muito utilizada por pequenos e bem administrados empreendimentos. Como são muitas as opções de financiamento disponíveis, no entanto, para fazer a melhor escolha é necessário em primeiro lugar organizar as finanças da empresa. Com base nessa organização, o gestor poderá avaliar a real situação do seu negócio, de que forma deverão ser investidos os recursos existentes e se é possível apostar num autofinanciamento.

Entre as formas de autofinanciamento existentes e que podem ser consideradas pelo empreendedor, destacam-se as seguintes:

Utilização do Lucro 
A maneira mais comumente utilizada e que apresenta melhores vantagens para o empreendedor é o reinvestimento do lucro obtido através dos bons resultados da empresa. Ao invés de retirar os lucros como de costume, o gestor deve utilizá-los para aumentar o seu capital de giro e prolongar a autossuficiência do empreendimento.

 

Relacionamento com fornecedores 
Faz parte do bom desempenho da empresa manter um bom relacionamento com seus fornecedores. Caso o gestor consiga ainda negociar com o fornecedor para que o material lhe seja entregue com prazo menor do que o estabelecido para o pagamento, ele poderá pagar o fornecedor após receber a quantia dos seus próprios clientes - deste modo evitando períodos de aperto nas contas da empresa.

 

Liberação de ativos 
Maquinários, produtos ou equipamentos em geral que não estejam sendo usados pela empresa são sinônimo de prejuízo. A ociosidade é sempre negativa para qualquer negócio - mas também pode trazer uma oportunidade de ganhos extras. Procure vender tudo o que não tiver serventia para a sua empresa para conseguir novos recursos e, de quebra, ganhar espaço físico.

 

Níveis baixos de estoque 
Quanto maiores os níveis de estoque, maiores são os gastos com armazenamento e os riscos de deterioração. Além disso, os recursos gastos com a compra dos materiais estocados ficam parados. Prefira ter estoques baixos, mais apropriados para a rotatividade do seu negócio, e aproveite para utilizar a quantia não-gasta para a compra de produtos com saída mais rápida ou mesmo para ter reserva em caixa.

 

Pagamentos a Vista
Se for possível a depender do seu modelo de negócio, prefira o recebimento de pagamentos à vista pelos seus clientes. Ofereça incentivos se achar necessário. Com essa forma de pagamento a empresa sempre terá dinheiro em caixa.

 

Novos aportes
Se a sua empresa apresenta resultados melhores do que outras formas de investimento, considere fazer outros aportes de capital próprio com seus sócios, a fim de aprimorar tecnologias, expandir a atuação ou aproveitar oportunidades de mercado.

 

Crédito de amigos 
Buscar investimentos de pessoas próximas, como amigos e familiares, é uma forma de autofinanciamento muito utilizada sobretudo por startups. No entanto, é preciso estar atento para quitar o financiamento nos momentos corretos, evitando constrangimentos. 

Caso identifique a oportunidade de contar com algumas das formas de autofinanciamento acima, o gestor conseguirá trazer à empresa os recursos de que necessita sem ter que lidar com os altos juros do mercado e sem endividamentos.

Quais as vantagens de autofinanciar a operação?

Num ambiente econômico recessivo, empréstimos bancários e outras formas de financiamento habitual com terceiros costumam onerar enormemente as empresas, trazendo ainda inconvenientes como:

  • Altos juros;
  • Impostos sobre Operações Financeiras (IOF);
  • Burocracia;
  • Demora por análise de crédito;
  • Exigência de valores de entrada;
  • Pagamento de taxas bancárias.

Por outro lado, quando se opta por soluções de autofinanciamento, embora tenha-se a mesma necessidade de dedicação à gestão financeira do negócio, o tempo de dedicação e os valores que seriam utilizados para pagar parcelas de um empréstimo, por exemplo, podem ser investidos no próprio empreendimento.

As empresas que conseguem investir recursos próprios em seus negócios estão, também, melhor preparadas para as instabilidades do mercado. À medida que elas encontram-se menos dependentes de capitais externos para a sua própria sobrevivência e conseguem gerir suas operações com seus próprios lucros, sem dívidas acumuladas, elas contam com margens maiores de negociação com o mercado e podem até mesmo, caso queiram, buscar investimentos externos pontuais em caso de imprevistos, mas sem que isso comprometa a sua estabilidade.

Na pior das hipóteses, caso a empresa venha a precisar de fato de um aporte externo, não será integral, mas apenas um complemento ao seu financiamento próprio habitual. 

Objetivamente, algumas das principais vantagens percebidas pelo autofinanciamento são:

  • Forma de financiamento estável e sólida;
  • Permite expansão sem endividamento;
  • Menores riscos perante crises de mercado;
  • Financiamento sem juros, taxas ou burocracia;
  • Melhoria da imagem da empresa para o mercado;
  • Autonomia para decidir o destino dos recursos.

Ou seja, a capacidade de autofinanciamento apresenta-se para as empresas como necessária para diminuir sua dependência do mercado financeiro e ter melhores retornos sem um endividamento que corroa a sua rentabilidade.

Quais os riscos de não ter capital de terceiros na empresa?

Se, por um lado, o financiamento das despesas da empresa com recursos próprios evita riscos de endividamento, problemas pela escassez de recursos no mercado financeiro e diversos outros inconvenientes tratados acima, esta estratégia tem também seus riscos.

Em primeiro lugar, a capacidade de autofinanciamento é limitada pelas margens de lucro obtidas pelo empreendimento, e estas podem variar de acordo com o nível de concorrência no mercado no qual o negócio esteja inserido. Caso o empreendimento passe por um momento especificamente ruim, o gestor estará descoberto quanto à presença de recursos para financiar suas atividades regulares.

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Outro risco da gestão sem capital de terceiros é a necessidade de aguardar capacidade financeira própria para pôr em prática planos relacionados ao negócio.

Essa decisão pode atrasar a realização de metas e, no caso de mercados com inovações e competitividade aceleradas, pode fazer a diferença entre o sucesso ou o fracasso da iniciativa. Ou seja, não basta ter uma grande ideia, é preciso estar atento ao timing e não perder o momento certo de colocá-la em prática.

Além disso,  a disponibilidade de recursos para o autofinanciamento que não tenham utilização momentânea pode encorajar investimentos desaconselháveis. Os gestores devem tomar muito cuidado sobretudo com maus aconselhamentos que os incitem a investir em projetos desnecessários, iludidos por uma possibilidade de aumento instantâneo da rentabilidade.

Caso os gestores, acostumados com a prática, tomem uma aversão radical a qualquer nível de endividamento, podem se negar a contar com financiamentos por terceiros sob qualquer hipótese, ainda que momentânea, podendo perder oportunidades de pôr planos importantes em prática por falta de recursos. 

Por fim, ao decidir por autofinanciar um empreendimento, há uma menor distribuição de dividendos aos sócios. Embora isso possa ser compensado no longo prazo, todos devem estar cientes e preparados para lidar com a falta de recursos particulares advindos da empresa.

 

Como elevar a capacidade financeira da empresa?

Caso a sua empresa acredite ter recursos próprios capazes de sustentar suas despesas com investimentos sem precisar captar créditos externos, ainda assim é preciso investigar como ela pode vir a ampliar seus lucros para manter sua capacidade de autofinanciar-se e permanecer competitiva.

Para tanto, siga os passos descritos abaixo:

Planeje e avalie com cuidado
Um bom planejamento é sempre imprescindível para antever possíveis ameaças ou oportunidades. Defina os indicadores de desempenho e as metas que deverão ser acompanhadas por toda a equipe e, no decorrer dos meses, faça os ajustes que forem necessários.

 

Separe as suas contas pessoais das contas da empresa
Este ponto é comumente ignorado por novos empreendedores, mas pode trazer grandes riscos para a saúde financeira do seu negócio. Separe sempre os seus gastos do orçamento da empresa. A sua retirada mensal, ou pró-labore, deve ser fixa como um salário e as retiradas de dividendos só devem ocorrer caso não comprometam as contas da empresa.

 

Atente para a precificação
O preço dos seus produtos deve ser calculado com muita atenção, considerando custos de produção, despesas fixas, impostos e margem de lucro. Fique atento para não colocar seus produtos à venda com margens negativas.

 

Reduza custos
Primeiramente, analise sua operação e seus produtos e encerre os que não estejam dando lucro há mais tempo. Avalie quais as despesas de cada setor da sua empresa, como tem se comportado a área de compras, se têm havido negociações suficientes com fornecedores e, inclusive, se há funcionários que já não sejam necessários para o negócio. 

 

Fuja de dívidas
Com a necessidade de aporte financeiro, prefira sempre o autofinanciamento. Caso seja absolutamente preciso tomar empréstimos para cobrir gastos temporários, avalie as opções mais vantajosas do mercado, como linhas de financiamento do governo. Fique longe das opções com juros altos, como cheque especial e cartão de crédito.

 

Busque a fidelização
Invista na excelência de produto e atendimento prestado e crie uma estratégia para aumentar os índices de recompra dos clientes. Ou seja, faça com que eles adquiram seus produtos repetidamente e possam lhe indicar também para outros compradores.

Quais tipos de autofinanciamento posso conseguir para minha empresa?

A forma de autofinanciamento mais recomendada por especialistas é o reinvestimento do lucro do próprio empreendimento em seu capital de giro, em sua estrutura ou mesmo no longo prazo. Para momentos em que a empresa se encontra com o caixa mais baixo, manter uma reserva é uma forma de enfrentar esta fase sem maiores dores de cabeça e sem precisar recorrer a recursos de terceiros (como financiamentos ou empréstimos, pagando na maior parte das vezes altas taxas de juros).

Ou seja, se a sua empresa tem uma estabilidade na apresentação dos lucros no decorrer dos meses, você e seus sócios podem considerar não retirar os dividendos a que têm direito, mas, de outro modo, aplicá-los na própria empresa. Caso seja bem gerenciado, este é um investimento que pode significar a independência do seu negócio de capitais externos - e, portanto, maior segurança e autonomia para que vocês decidam os rumos do empreendimento.

Já para novos empreendedores, que ainda não possuem uma boa maturidade e experiência de gestão, recomenda-se poupar boa parte do capital de giro enquanto se conhece o mercado mais aprofundadamente. Em outras palavras, trata-se de transformar o capital num tipo de fundo que viria a assegurar a operação da empresa enquanto se adquire confiança e solidez. 

Além do reinvestimento do lucro proveniente dos resultados da própria empresa, você pode, ainda, considerar autofinanciar o seu negócio através de: 

Crédito com pessoas conhecidas (como parentes e amigos), que não cobrariam juros; 

Negociação com fornecedores por melhores condições de compra e prazos de pagamento estendidos; 

Negociação com clientes, deixando clara a preferência da empresa por receber pagamentos à vista; 

Revenda de máquinas ou imóveis ociosos, que já não influem na produção; 

Além de novos investimentos dos próprios sócios.

Quais os cuidados devo ter após conseguir o autofinanciamento para minha empresa?

Comprometer-se com o autofinanciamento da sua empresa significa estar sempre atento à sua saúde financeira, pois qualquer desequilíbrio pode prejudicar a sustentação do negócio. Por este motivo, recomendamos que fique atento aos pontos abaixo para agir prontamente sempre que identificar ameaças:

Gastos elevados e não controlados 
Procure constantemente fazer um diagnóstico da empresa, identificando os gastos recorrentes e como os funcionários, sobretudo de compras, têm agido em relação ao cuidado de não ter gastos elevados e não-previstos no orçamento. 

 

Compras em excesso
Fique atento ao seu estoque. Se possível, adquira um software que faça o acompanhamento de todas as entradas e saídas, mantendo o nível de estoque sempre baixo. Aproveite para fazer promoções para se livrar de produtos que não tiveram boa saída.

 

Retiradas em excesso
Sobretudo em pequenas empresas, é muito comum que sócios confundam seu capital com os do empreendimento e queiram fazer retiradas altas ou em frequência maior do que a planejada. Fique atento a isso e procure disciplinar a si mesmo e aos seus sócios quanto ao que deve ou não ser retirado em dividendos.

 

Queda nas vendas 
Dispondo-se a usar o autofinanciamento como principal aporte financeiros da empresa, é fundamental que as vendas tenham um controle preciso e constante. Faça treinamentos periódicos com seus funcionários e utilize estratégias de Marketing e Vendas para otimizar seus resultados.

 

Índices de inadimplência 
Em meio à crise, muitos compradores podem apresentar dificuldades para manter seus pagamentos em dia. Tenha uma equipe afiada e atenta de cobrança e boas rotinas para conceder ou retirar crédito de compradores.

 

Desorganização de processos
Considere reestruturar o seu processo produtivo, buscando melhores taxas de produtividade e organização dos fluxos de trabalho.

 

Qualidade e inovação 
Busque sempre a inovação e a excelência. Crie um programa de valorização das ideias dos seus funcionários, permitindo que eles se engajem e se vejam como parte do sucesso da empresa.

Todas essas medidas são imprescindíveis para a efetividade do seu autofinanciamento. Busque a excelência cortando custos de forma inteligente e faça as alterações necessárias que reflitam positivamente nos resultados. Entre em contato com um dos nossos especialistas e esclareça suas dúvidas.

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