Quais os benefícios da Gamificação para uma MPE?

A Gamificação aplicada ao contexto de diferentes negócios

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Publicado em 19/08/2021 | Atualizado em 19/08/2021

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Gamificação

Com a crescente conscientização do papel de cada membro da equipe para o sucesso da empresa, hoje em dia já compreendemos que, muito mais do que funcionários, estes indivíduos são colaboradores. Hoje, uma boa parte dos escritórios são compostos por ambientes coletivos e dinâmicos, nos quais os times podem se integrar e interagir para gerar maior produtividade. Com uma melhor compreensão dos aspectos que motivam o trabalho e a performance humana, cada vez mais as organizações investem em estratégias para tornar suas equipes mais capazes e interessadas em criar soluções de alta qualidade.

 

Neste contexto, uma relevante ferramenta que apareceu foi a gamificação. Transformar atividades de rotina em jogos tornou-se uma fórmula comum quando se deseja aprimorar o resultado de diferentes setores.

 

Isso porque a implantação deste modelo nas atividades internas das empresas mostrou-se uma excelente maneira de estimular os membros das equipes a produzir mais e melhor. Além disso, a gamificação provou-se um importante instrumento para a melhoria da qualidade de vida no trabalho, favorecendo a redução da rotatividade, o que por si só já traz múltiplos benefícios aos negócios.

 

Mas o fato é que muitos empreendedores, embora já tenham ouvido falar deste termo, não sabem como aplicar a gamificação em suas empresas. E mais: para muitos gestores de pequenos e médios negócios, quando se fala em gamificação, logo vem à mente a imagem das salas amplas, modernas e tecnológicas dos gigantes de diferentes setores. Ou seja, para este grupo, a gamificação muitas vezes parece restrita ao mundo das grandes corporações.

 

Mas isso não é uma verdade. É possível implementar esta metodologia no contexto de negócios de todos os portes e segmentos, colhendo resultados igualmente satisfatórios. Para te ajudar a compreender como a gamificação pode ser valiosa para a sua empresa, elaboramos este material que trata especificamente do tema.

O que é gamificação?

Gamificação é uma palavra que vêm do termo da língua inglesa “gamification”. O radical "game" significa jogo, de modo que a palavra significa algo como “transformar em jogo”. Ou seja, gamificar é aplicar os conceitos e premissas dos jogos a uma atividade qualquer, tornando-a lúdica.

 

Apesar do termo estar em alta e trazer um ar de modernidade para o campo dos negócios, muitos de nós, ou de nossos filhos, já tiveram contato com a gamificação lá nos tempos da escola. Afinal, o que são as gincanas educativas e olimpíadas escolares do que uma forma de transformar o aprendizado em uma grande brincadeira?

 

Quer outro exemplo? Se você tem filhos ou já lidou com crianças, provavelmente já criou sozinho uma experiência de gamificação! Um tutor que diz: “quem arrumar os brinquedos em 10 minutos vai ganhar um prêmio” está fazendo nada mais nada menos do que transformar a atividade entediante de organizar os objetos em uma divertida forma de competir contra si mesmo (melhorar a performance pessoal) e ainda obter uma recompensa (motivação).

 

Pois bem, se você parar pra pensar, com certeza já está bastante familiarizado com este conceito.

A história da gamificação

Como você viu no exemplo que demos antes, a gamificação já é aplicada de forma intuitiva naturalmente por muitos de nós, em muitas esferas de nossas vidas, mas aqui nos interessa compreender como esta metodologia se popularizou no âmbito dos negócios.

 

Para isso, vamos voltar à década de 80. Neste período, foi lançado o primeiro Serious Game (Jogo Sério, em tradução livre). Tratava-se do Army Battlezone, um jogo desenvolvido pela Atari com o objetivo de treinar forças militares.

 

Outros projetos de Serious Games foram sendo lançados posteriormente para diversos segmentos e propósitos, como educação, publicidade, saúde, etc. Mas o que define os Jogos Sérios? Para ser classificado desta forma, é preciso que um projeto seja composto por 5 aspectos principais:

 

? Possuir regras;

? Possuir um objetivo;

? Oferecer retorno aos participantes (feedback);

? Promover uma competição;

? Ser de participação voluntária.

 

Entre estes, o único fator opcional para caracterização de um Jogo Sério é a participação voluntária. Dentro da sua empresa, para implementar uma experiência de gamificação é imprescindível ater-se a estas características, uma vez que são elas que estruturam o jogo e que garantem que se obtenham os benefícios da gamificação.

 

As regras são indispensáveis a qualquer jogo. Elas garantem que a atividade coloque todos os participantes em igual pé de competição e fazem as tarefas serem adequadas à missão, aos valores e às metas do negócio.

 

O objetivo deve ser definido com absoluta clareza, a fim de que os participantes compreendam o resultado que se deseja alcançar, bem como o nível de esforço que precisarão empreender para realizar as tarefas com sucesso.

 

O feedback é imprescindível, uma vez que o objetivo final dos jogos é aprimorar a performance e as habilidades dos participantes. Desta forma, mesmo aqueles que não chegarem a ganhar a recompensa final devem ter seu desempenho avaliado com destaque aos pontos positivos e ao que precisa melhorar. É esta ação que dará aos seus colaboradores os instrumentos que eles precisam para se desenvolver e aprimorar.

 

Promover a competição é necessário para que os participantes se sintam estimulados a ter uma alta performance. Vale destacar que a competição pode ser entre os indivíduos, entre equipes ou individual, em que os colaboradores competem consigo mesmos em busca de melhorar seu próprio desempenho.

 

A participação voluntária, por sua vez, é benéfica, pois aumenta a motivação dos participantes. Quando eles mesmos decidem entrar para o jogo por desejarem obter as recompensas associadas a ele, seu desempenho e engajamento são muito melhores.

 

Neste contexto, surgiram múltiplas formas de gamificação baseadas na aplicação do conceito de Jogo Sério, tais como:

 

? Edutainment  - transforma educação em entretenimento;

? Advergames - ferramenta publicitária que usa jogos para promover marcas, produtos e serviços;

? Simulações;

? Militainment - jogos para treinamento militar;

? Jogos para apreciação de arte;

? Jogos para treinamentos.

A gamificação na nossa realidade atual

Talvez você esteja se perguntando: “mas se a gamificação já é praticada há cerca de 40 anos, por que somente agora o termo se popularizou?”.

 

A grande questão é que apesar do termo Jogo Sério já existir, o conceito de gamificação ainda não havia sido sedimentado. Assim, o termo propriamente dito também ainda não existia. Na verdade, algumas experiências de gamificação mais recentes tiveram grande destaque e foram responsáveis por promover de forma mais contundente esta metodologia.

 

No ano de 2002, Ben Sawyer e David Rejecsk criaram um programa militar com o nome de Serious Games. Ele realizava simulações que auxiliaram a criar um padrão de resposta comportamental para soldados em diferentes ambientes, funcionando como uma ferramenta para aplicar condicionamentos psicológicos.

 

Acredita-se que foi estabelecido o termo gamificação no início de 2004, por um inventor e programador de aplicações computacionais britânico, Nick Pelling. No período, Pelling comandava uma empresa de consultoria em transformação lúdica de negócios.

 

Mais ou menos na mesma época, em abril de 2004, surgiu o Games of Change - Jogos de Mudança. Tratava-se de uma plataforma composta por uma variedade de jogos diferentes cujo objetivo era fazer as pessoas compreenderem a realidade de indivíduos vivendo em situações extremas, de modo a dar visibilidade e aumentar o alcance das causas humanitárias.

 

Um dos mais proeminentes representantes do Games of Change foi o jogo Darfur is Dying  -Darfur Está Morrendo, no qual os jogadores experienciavam a vida dos mais de 2 milhões de refugiados da área de Darfur no Sudão. O objetivo da plataforma era estimular os jogadores a tomarem ação para contribuir para o fim da crise.

 

O jogo foi lançado em abril e teve mais de 800 mil participantes em 8 meses. Disponibilizado na Web, o jogador vivia a realidade de tentar escapar das milícias que assolavam a região com sua violência. A todo momento o jogo disponibilizava um botão “Tomar Atitude” que permitia ao jogador fazer uma doação para as entidades que buscavam solucionar a crise.

 

Com o sucesso das diferentes aplicações da gamificação, no ano de 2007 já existiam diversas empresas especializadas em criar experiências lúdicas sob medida para outras companhias. No ano de 2008, ocorreu o primeiro registro formal do termo, em um post de blog elaborado por Bret Terril, CEO e fundador de uma empresa do segmento.

 

O crescimento do nicho foi tão expressivo que, em 2014, a empresa de pesquisas e tendências de mercado M2 Research estimou que até 2016 a indústria da gamificação valeria 2,8 bilhões de dólares.

Aplicação da gamificação no ambiente de negócios

Como você pode notar, a gamificação tem tanto potencial que se tornou por si só uma indústria. E gigante. O crescimento do setor foi tão expressivo que a predição da M2 Research errou bastante. Em 2016, o segmento movimentava quase o dobro previsto, alcançando a marca dos 4,9 bilhões de dólares e com previsão de chegar a 11,94 bi em 2021.

 

Ainda não temos os dados deste ano, mas em 2020 a indústria movimentou 10,19 bilhões, com perspectiva de chegar a 38 bilhões até 2026. E o que isso significa para você, empreendedor?

 

Não apenas que a gamificação é um setor com muitas oportunidades de negócios, mas também que ela traz resultados para quem faz uso dela como uma estratégia corporativa. Afinal, o crescimento do setor é o melhor indicativo de que a técnica cumpre o que promete para os gestores que investem nela.

 

Pensando nisso, a seguir vamos explorar o potencial da gamificação quando aplicada no contexto de uma empresa. Você verá que existem diversos setores nos quais ela pode ser utilizada para otimizar a performance e auxiliar na extração da máxima capacidade de cada um dos membros do seu time!

Treinamento corporativo

Todo empreendedor compreende a importância do treinamento dos colaboradores para o desempenho da empresa. Ter uma equipe atualizada quanto às melhores práticas do seu segmento e apta a utilizar todo o potencial das ferramentas de que dispõe pode ser o diferencial competitivo mais importante, ajudando no controle de custos e promovendo maior qualidade na prestação de serviços.

 

Sabemos que é um desafio implementar treinamentos com máxima eficiência. Engajar os colaboradores e fazê-los aproveitar cada segundo dos cursos nem sempre é uma tarefa fácil. Desta maneira, por mais que um negócio invista em treinamento, pode ser que nem sempre ele traga os resultados esperados. Ou seja, nem sempre este é um investimento de boa rentabilidade, ainda que seja um dos mais relevantes para o sucesso do negócio.

 

Uma das razões para isso é frequentemente a falta de motivação. Os colaboradores muitas vezes não se sentem integrados à cultura da empresa o suficiente para compreenderem ou se interessarem pelo valor de um treinamento, sobretudo quando se trata de educação para uso de uma ferramenta específica daquele negócio, que não parece agregar muito às suas carreiras pessoais.

 

Neste contexto, a gamificação é uma poderosa ferramenta para fazer  os participantes se dedicarem  ao curso, de modo a trazer excelentes retornos para o seu investimento. Por meio da aplicação dos princípios lúdicos e das ferramentas dos jogos, com estímulo à competitividade, ao trabalho de equipe e à busca de recompensas, é possível fazer  os colaboradores terem o desejo de focar nas atividades propostas e desenvolver, de fato, as habilidades desejadas pela sua empresa.

 

Mas não é apenas o estímulo ao envolvimento ativo e voluntário dos participantes que faz da gamificação uma ferramenta especialmente interessante para os treinamentos corporativos. Também é importante destacar como o caráter lúdico do formato de um curso gamificado colabora para a fixação das informações. Assim, aplicar jogos com estabelecimento de missões, fases e recompensas para os cursos ministrados aos seus colaboradores é também uma excelente forma de garantir que o conteúdo seja realmente fixado por seus cérebros.

 

Por fim, outra vantagem de transformar treinamentos em jogos é tornar mais palpável a aplicação de conceitos que muitas vezes podem parecer abstratos. A dificuldade de visualizar como a aplicação das aptidões modificam seu trabalho e até mesmo seu dia a dia é geralmente um obstáculo para o engajamento e a aprendizagem, principalmente quando o curso em questão é voltado para o desenvolvimento de competências e habilidades em vez de aprendizagem de ferramentas técnicas.

 

No formato de jogo, um treinamento de caráter mais conceitual pode utilizar dinâmicas que favoreçam o uso prático das teorias trabalhadas. Assim, os participantes adquirem melhor compreensão do poder das informações transmitidas no curso, aumentando seu interesse e dedicação pelas tarefas e aulas.

Gamificação no processo seletivo

Este provavelmente é um dos usos mais comuns da gamificação no ambiente corporativo.

 

Utilizar esta estratégia no momento da contratação é especialmente vantajoso para a identificação de características pessoais e habilidades de cada um dos candidatos. Afinal,  é muito fácil enfeitar a si mesmo na entrevista, com frases como “meu principal defeito é o perfeccionismo”, mas em um jogo é mais complicado esconder falhas e mais fluido exibir suas qualidades.

 

Assim, um jogo é uma valiosa ferramenta para avaliar:

 

?Como os participantes interagem em grupo;

?O quão competitivos são;

?De que forma solucionam problemas;

?Quais são suas habilidades e defeitos;

?De que forma se comunicam;

?Quantos dos conhecimentos requeridos para o cargo eles realmente têm.

 

Outro ponto positivo da aplicação de jogos aos processos seletivos da empresa é eliminar a tensão dos candidatos. O stress de ser avaliado e de concorrer com outros profissionais por uma posição de trabalho afeta a forma como eles respondem aos estímulos. Assim, é possível que bons profissionais percam oportunidades em razão de uma grande carga de ansiedade e nervosismo.

 

Um jogo de seleção bem estruturado ajuda a criar um ambiente mais divertido. Assim, os candidatos terão seu desempenho menos afetado por hormônios como adrenalina e cortisol, que provocam tensão e podem anuviar a mente, contribuindo para que tenham um desempenho mais parecido com aquele que vão apresentar no do dia a dia de trabalho.

Gamificação no desenvolvimento de projetos

É muito comum que ocasionalmente surjam projetos de caráter mais pontual em uma empresa. Pode ser um serviço com prazo mais apertado, o desenvolvimento de um novo produto ou solução, a resolução de um problema, o atendimento a uma demanda especialmente complexa, etc.

 

Nestes casos, é preciso agir rapidamente e ter um desempenho acima da média para garantir que o projeto seja concluído dentro do prazo e que não ameace a rentabilidade do negócio. Assim, transformá-lo em um jogo é uma boa saída para garantir que os colaboradores consigam atuar de forma engajada e fornecer os melhores resultados.

 

Para isso, é importante avaliar bem o escopo do projeto para definir se ele será dividido em várias etapas, se os colaboradores trabalharão em equipes, quais tarefas precisarão ser cumpridas e quais recompensas os participantes ganharão. Garantir a relevância na definição de todos os aspectos é essencial para que a atividade se torne lúdica, aprimore a produtividade dos participantes e promova os resultados que a empresa deseja obter.

Gamificação do plano de carreira

Quando um colaborador ingressa no quadro de funcionários da sua empresa, um dos maiores agentes de motivação que ele tem é a perspectiva de crescimento. Quando ele sabe que é possível galgar melhores cargos dentro da organização, ele se sente mais motivado a oferecer um trabalho de alto padrão.

 

Ou seja, oferecer um plano de carreira já é por si só uma forma de gamificar a sua empresa e obter grandes benefícios em resultado. É como se cada novo cargo fosse uma fase, as tarefas desempenhadas fossem as missões e o desempenho nelas garantisse a passagem de fase e, consequentemente, a obtenção das recompensas de estar em um novo cargo.

 

Para fazer isso, é importante que você analise bem a estrutura interna da sua empresa e determine com clareza quais são as fases (cargos), as recompensas (remuneração e benefícios), as tarefas (funções de cada cargo) e os level ups (o índice de desempenho esperado). Com cada colaborador compreendendo estas etapas, eles sabem exatamente o que precisam fazer para conquistar as recompensas de subir de nível.

Gamificação do dia a dia

Se não há espaço ou condições para criar um plano de carreira detalhado no seu negócio, ainda assim você pode utilizar as mesmas bases para criar experiências similares com o trabalho rotineiro da sua equipe. Por exemplo, você pode estabelecer níveis de produtividade ou desempenho e oferecer recompensas em troca.

 

Digamos que você tenha uma meta de vendas para sua equipe comercial. Além das comissões, você pode estabelecer recompensas, como período de carga horária reduzida, folgas, passeios, viagens, jantares e outros prêmios para vendedores que atinjam uma meta superior.

 

A mesma lógica pode ser aplicada em qualquer negócio, independentemente do porte, segmento de atuação e das funções de cada colaborador.

Por que aplicar gamificação na sua empresa?

Como você viu, os jogos estimulam os participantes e realizarem tarefas em busca de uma recompensa bem definida. Quando a recompensa é de fato atraente e o jogo é bem estruturado, é possível desenvolver competências específicas ou atingir metas predeterminadas pela empresa.

 

Estes fatores já fazem a gamificação contribuir para que o seu negócio se torne mais competitivo no mercado e tenha resultados melhores a cada período. Mas existem outros motivos pelos quais é muito importante aplicar os conceitos da gamificação na sua empresa.

 

Em primeiro lugar, associar o trabalho a atividades lúdicas e estimulantes ajuda os colaboradores a sentirem-se parte de algo maior e a terem mais satisfação na realização de suas rotinas diárias. Transformar as atividades em tarefas lúdicas reduz o caráter mecânico e entediante do trabalho, ajudando os colaboradores a gostarem de suas funções, de sua empresa e do ambiente em geral.

 

Além disso, os jogos estimulam ao mesmo tempo a competitividade e a colaboração. Desta forma, torna-se mais natural para os seus colaboradores o desejo por buscar a autossuperação e a vontade de se integrarem uns com os outros. O trabalho em equipe desenvolvido em um contexto mais divertido e prazeroso também ajuda suas equipes a terem um entrosamento melhor a e desenvolverem habilidades de cooperação.

 

Por fim, vale destacar que os jogos auxiliam na capacidade de resolução de problemas dos membros da sua equipe. Isso é crucial para que eles estejam aptos a lidar com crises e imprevistos, o que ajuda a sua empresa a contornar obstáculos e lidar com diferentes cenários, aspecto muito importante tendo em vista a dinamicidade do ambiente de negócios atual.

Desenvolvendo uma experiência gamificada

Para ter sucesso na aplicação da gamificação, basta seguir um roteiro na hora de criar os jogos. A seguir, vamos explorar o passo a passo para criar um jogo que seja interessante e eficiente dentro de qualquer negócio.

 

Cada passo visa cumprir os três requisitos básicos para que o jogo exista, que são:

 

?Mecânica de jogo: muito além das regras, a mecânica esclarece os objetivos e os recursos que os participantes têm para jogar.

?Dinâmica de jogo: de que forma os integrantes interagem. Individual ou coletivamente, em confrontos diretos ou não, etc.

?Elementos de jogo: tarefas, conquistas, pontos, etc.

 

A partir daí, você pode aplicar o Framework 6D, criado por Kevin Werbach para a elaboração de um jogo completo:

 

✔️Definir objetivos do projeto

 

Qual é o objetivo do jogo? Mudar um hábito dos colaboradores, aumentar sua produtividade, concluir uma tarefa no prazo, aprender uma nova técnica?

 

Liste suas metas de forma concisa e palpável e elenque-as em uma lista de prioridades.

 

✔️Delinear o comportamento alvo

 

Entender qual é o comportamento dos participantes é essencial para o desenvolvimento do jogo.

 

?Como eles se comportam?

?Como devem se comportar durante o jogo?

?Como espera-se que vão se comportar após a experiência?

 

Digamos que o seu objetivo seja aumentar as vendas de bebidas e sobremesas. Para isso, você precisa definir as tarefas necessárias, bem como métricas de desempenho. Por exemplo:

 

?Tarefas: oferecer bebida quando o cliente se senta; descrever as bebidas exclusivas e seus benefícios; oferecer sobremesa após a refeição; promover os melhores doces da casa; explicar os combos e descontos.

?Métrica: quantidades de bebidas e sobremesas vendidas por cada garçom ou atendente.

 

✔️Descrever os jogadores

 

Existem 4 tipos principais de jogadores. Conhecer em que tipos seus funcionários se encaixam é essencial para a elaboração de um jogo bem-sucedido.

 

?Killers: adoram competir e vencer. São capazes de quebrar as regras para ter um resultado melhor;

?Socializadores: apreciam a interação e a oportunidade de construir relacionamentos;

?Exploradores: gostam da emoção de fazer novas descobertas, como explorar mapas e descobrir novos artefatos e recursos de jogo;

?Achievers: estão focados nas recompensas do jogo.

 

✔️Desenvolver os loops de atividades

 

Aqui deve-se delinear as atividades do jogo e como elas geram novos comportamentos e ações. Assim, trabalhe:

 

?A motivação, o estopim para que o participante realize uma tarefa;

?A ação propriamente dita que deve ser executada;

?Feedback para estimular o participante a continuar realizando a ação e com mais desejo de sucesso;

?Loops progressivos: tarefas intermediárias que ajudam o participante a desenvolver competências para a conclusão da tarefa principal.

 

✔️Diversão

 

Transformar a tarefa de oferecer bebidas e doces em um jogo pode não parecer atraente para seus garçons, e o mesmo vale para qualquer outro jogo criado para atender uma necessidade da sua empresa. Por isso, é importante agregar elementos que tornem o jogo divertido.

 

Algumas estratégias que podem tornar o jogo divertido são:

 

?Levar as tarefas para um ambiente hipotético ou diverso da realidade de trabalho, como no caso dos escape rooms;

?Criar tarefas com desafios que os competidores devem superar;

?Criar uma estrutura social para a dinâmica do jogo, como simulação de famílias, times de corrida, nações, etc.;

?Inserir os jogadores em uma história pela criação de uma narrativa.

 

✔️Determinar as ferramentas apropriadas

 

Aqui entram os elementos de jogo adequados para dar vida a experiência. Voltando ao exemplo da oferta de bebidas e sobremesas, cada suco pode valer uma pontuação diferente, vender uma determinada sobremesa mais lucrativa ou de menos saída pode ser uma conquista especial, etc.

 

Analise a mecânica do seu jogo para determinar quais ferramentas são adequadas para gerar os resultados desejados.

Empresas que aplicam gamificação

Que tal conhecer alguns exemplos da aplicação prática da gamificação nas empresas?

 

?️A Gerdau utiliza óculos de realidade aumentada para treinar seus colaboradores quanto a situações de risco e adesão às normas de segurança;

?️A Microsoft lançou um jogo para estimular seus colaboradores das mais diversas áreas a encontrarem erros de tradução nas soluções da empresa;

?️O exército dos Estados Unidos utiliza jogos de tiro para treinar soldados e simular situações-chave;

?️O uso de simuladores em treinamento para direção e para pilotagem de aeronaves também pode ser classificado como gamificação;

?️A SAP contabiliza pontos e oferece recompensas para colaboradores participativos em suas comunidades profissionais online.

Mude o desempenho do seu negócio com a gamificação

Com um mercado em pleno crescimento, a gamificação se prova, dia após dia, uma excelente estratégia para negócios que querem fidelizar clientes e engajar colaboradores, promovendo com isso um expressivo aumento nos resultados.

 

Por meio da aplicação de jogos nas rotinas internas das empresas é possível desfrutar de um time mais engajado e participativo e, com isso, reduzir custos por alta rotatividade e baixa produção. Além disso, a gamificação é particularmente valiosa para o desenvolvimento de habilidades e competências e para a criação de uma equipe com melhor ajuste à cultura da empresa.

 

Dispensando grandes investimentos e tendo como requisito apenas capacidade analítica e organização, negócios de todos os portes e segmentos podem criar jogos para promover melhorias em suas estruturas. Aplique o passo a passo que trouxemos neste artigo e comece a colher os benefícios da gamificação no seu negócio!

 

Esperamos que este conteúdo tenha te ajudado a entender um pouco mais sobre o que é a gamificação e as possibilidades de aplicação nos ambientes empresariais.

 

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