Inovação: Como ela pode ajudar a minha empresa?

Inovar é uma das principais formas de agregar valor ao seu negócio.

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Publicado em 30/04/2020 | Atualizado em 30/04/2020

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Quanto mais o tempo passa, mais a inovação se torna a palavra da vez no mundo empresarial. O ato de modificar costumes, possibilitando alterações em processos ou legislações é visto com entusiasmo pelos empreendedores que pretendem sugerir novas soluções a velhos problemas. 

Porém, a inovação não deve ser vista, apenas, como invenção. Criar coisas novas é interessante às empresas, mas inovar não significa, unicamente, trazer novidades jamais vistas. Muito mais se inova, hoje, na maneira de oferecer, produzir e comercializar produtos e serviços do que em criá-los do zero.

Empresas que investem em inovação podem encontrar formas interessantes de lidar com sua própria organização, já que o ato de inovar passar por todos os processos de organização interna.

QUAIS OS TIPOS DE INOVAÇÃO EXISTENTES?

Empresas que querem inovar precisam estar atentas à área de gestão da inovação, uma vez que optar por esse caminho gera mudanças profundas no sistema organizacional. A melhor saída é criar uma área específica para isso, que tenha como principal objetivo acolher o conceito de inovação e passá-lo à equipe de maneira amigável, em um discurso que faça sentido.

Ainda existe uma visão nas empresas sobre um conceito que inovação é como um cenário com dois jovens, em uma garagem, fazendo produtos que mudam o mundo a partir de matéria-prima limitada.

Contudo, essa figura está longe da realidade: a inovação pode ocorrer em qualquer lugar, inclusive em empresas com muitas pessoas, desde que elas se organizem para entender onde é possível inovar e sob qual aspecto farão isso.

No âmbito empresarial, existem seis tipos diferentes de inovação que podem ser iniciadas por qualquer empresa, de qualquer porte:

  • A inovação de produto

Em que a empresa apresenta um produto novo ao mercado, ou uma versão melhorada do que já existe. Os exemplos clássicos são o computador e o smartphone, que significaram uma grande novidade na época de seu surgimento;

  • A inovação de serviços

Em que a empresa apresenta um serviço novo, ou nova forma de comprar um serviço antigo. Tome como exemplo os sites de vendas de passagem aérea: eles inovaram quando deram ao consumidor a vantagem de pesquisar preços por dias e horários e fazer a aquisição do bilhete sem sair de casa;

  • A inovação em processo

Que visa criar novos métodos e soluções para processos internos da empresa, otimizando gastos e entregas. Ao fazer isso, a empresa gera mais valor ao consumidor final, que se beneficia da redução de custos e do aumento da produtividade da organização;

  • A inovação em marketing

Que propõe diferentes formas de comunicar-se com o público para a finalidade de vendas, bem como em seu posicionamento de mercado. Um exemplo de inovação em marketing foi a forma como as marcas estão se comunicando com seus clientes e futuros clientes, atentas ao seu interesse e novos meios de aproximação e interação - Uso das mídias sociais;

  • A inovação organizacional

Que mexe na estrutura da empresa com o objetivo de aumentar sua capacidade competitiva através de métodos diferentes de lidar com a logística, gestão de pessoas e administração, de maneira geral;

  • A inovação de modelo de negócios

Que tem como principal função rever os princípios mercadológicos da empresa para que se possa conseguir mais público, vendas e, consequentemente, vantagem competitiva - não através dos processos atuais, somente, mas, também, das razões de existir da organização. Afinal, o modelo de negócios é o documento em que todos os propósitos, as metas e os objetivos estão dispostos para garantir uma engrenagem funcional ao empreendimento.

ATENÇÃO

A inovação leva sempre mais competitividade às empresas que investem nela, uma vez que introduzem em seus mercados novos modelos de pensamento e execução. 

Qualquer boa ideia vai ser copiada e reproduzida por outras empresas no mercado. Assim, quanto mais inovadora for a sugestão, mais competição ela vai atrair.

Entretanto, graças a isso, muitas empresas que nascem pequenas não precisam esperar anos para se consolidar em seu mercado. Nesse caso, temos o exemplo do Airbnb (um serviço que permite que pessoas do mundo inteiro ofereçam suas casas para usuários que buscam acomodações mais em conta em qualquer lugar do mundo): enquanto dezenas de redes de hotéis levaram anos para se fixar como opção para o consumidor, o aplicativo de moradia compartilhada é hoje uma das principais empresas de hospedagem do mundo - sem ser dona de um único quarto.

O QUE A INOVAÇÃO TEM A VER COM O EMPREENDEDORISMO?

Empreender significa, necessariamente, ofertar soluções interessantes aos consumidores com um produto ou serviço específico. A competitividade do mercado pede elementos que diferenciem as empresas umas das outras, seja pela qualidade da entrega, a presteza no atendimento ou... pela inovação.

Ao empreender, um gestor está assumindo um compromisso de reunir em sua organização as características necessárias para fazer com que sua empresa se sobressaia. E, na era da informação, é comum que os processos inovadores chamem mais a atenção de quem deseja endossar tais diferenciais.

O empreendedorismo, em sua essência, levanta as bandeiras da criatividade, do arrojo, do pensamento estratégico e, claro, da inovação. Tudo isso com base em planejamento minucioso, descrito em seu modelo de negócios, e minimamente testado antes de ser massivamente produzido - possibilidade criada pelo conceito de MVP (Minimum Viable Product), que, em português, significa Produto Mínimo Viável.

Portanto, embora não seja uma regra, a inovação é uma constante da equação empreendedora, e se relaciona diretamente com o termo empreendedorismo. Nem todo empreendedor é inovador; mas, certamente, toda inovação pode gerar um modelo de empreendimento.

O QUE É INOVAÇÃO RADICAL?

Empreendedores da área das startups costumam se inspirar em "negócios disrruptivos". O silogismo foi criado para falar de inovação radical, que diz respeito a um produto ou serviço realmente diferente de tudo o que já se viu até então dentro dos mercados que comercializam itens similares.

Um exemplo recente de inovação radical foi o Uber: através de programação e análise de dados, a empresa conseguiu criar uma imensa comunidade de motoristas, e ganhar dinheiro com o serviço de carro de aluguel, sem possuir um só veículo em frota. Foi a startup pioneira de uma série de outras marcas que abraçaram esse modelo de negócios.

As mudanças que o Uber trouxe foram não apenas operacionais, mas tecnológicas - ao usar o GPS para conectar pessoas - e estruturais, quando revoluciona não só o mercado que criou, também, alguns similares, como o dos táxis. Mesmo quem não estava diretamente ligado à Uber teve que se adaptar para continuar sendo demandado pelo consumidor final.

O termo "inovação radical", contudo, não foi criado agora: a primeira pessoa a trazer esse verbete à tona foi Joseph Schumpeter, autor de "Business Cicles".*

O livro, de 1939, falou pela primeira vez desse tipo de inovação ao explicar as ondas de destruição criativa criadas pela invenção de tecnologias revolucionárias.

A inovação radical pode ser presenciada no universo das startups com certa facilidade, mas também pode fazer parte de empresas convencionais.

Um exemplo de inovação radical em marketing é o Guia Michelin, que começou a circular no início do século XX como um respeitado material sobre restaurantes e pontos turísticos pela Europa.

Esse seria apenas um material de comunicação trivial, não fosse seu objetivo: fazer o dono de um veículo rodar pela Europa, desgastar seus pneus e ter que comprar novos - o principal produto da marca Michelin.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE INOVAR E INVENTAR?

Todo empreendedor já ouviu a expressão "inventar a roda". Geralmente, é usada em uma oração de discurso negativo, como "você não vai reinventar a roda". Para entender a diferença entre inovar e inventar, é bom ter essa expressão na cabeça. Apesar de simples, ela diz muito sobre o principal aspecto que distancia um verbo do outro.

Inventar, portanto, é partir do zero e criar algo completamente novo - algo considerado por muitos, impossível.

Já inovar é fazer uma releitura do que já foi inventado para que produtos e serviços sejam melhorados através de novas soluções. A reconfiguração de tudo o que já foi criado pode ser uma inovação, se mudar uma estrutura, propor uma nova tecnologia ou trouxer diferenciais visíveis a um modo de consumo.

COMO INCLUIR INOVAÇÃO NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA MINHA EMPRESA?

Empresas que desejam ser inovadoras não podem, simplesmente, fazer esse comunicado: é preciso programar a estrutura organizacional, e unir a equipe, em prol desse objetivo. Para que a inclusão da inovação seja concluída com sucesso, é preciso passar por ela em etapas. Os passos precisam ser dados sem atropelo, simulando algo bastante natural.

Passo a passo para incluir a inovação na sua organização:

?Conheça bem o tipo de inovação que você deseja implementar;

?Esteja ciente da importância que ela traz ao seu mercado;

?Desenvolva objetivos e metas para a implementação de cada inovação desejada;

?Conte com aparatos tecnológicos que atendam à demanda da inovação, como softwares e aplicativos;

?Pergunte à equipe suas ideias sobre os processos inovadores que você deseja implementar;

?Conte suas ideias e expectativas à equipe;

?Desenvolva um procedimento estruturado e organizado para essas inovações, incluindo indicadores sobre o que será feito, quando, como, onde, por quem e com qual finalidade;

Não tenha medo de ousar. Aceitar os riscos é uma das principais características da boa inovação.

COMO PROMOVER A CULTURA DE INOVAÇÃO EM MINHA EMPRESA?

Até aqui, falamos algumas vezes sobre incluir a equipe nos processos de decisão e implementação de soluções inovadoras. Agora, vamos falar sobre como fazer isso, uma vez que promover a cultura de inovação na organização é essencial para que ela, de fato, dê resultados.

O primeiro passo é deixar tudo bem explicado a administradores e funcionários, já que algumas mudanças podem mudar consideravelmente a rotina dessas pessoas. É preciso que as conversas sobre inovação sejam transparentes e condizentes com o que os colaboradores esperam da empresa. Algumas novas tecnologias, por exemplo, podem requerer treinamento para serem utilizadas, e deve estar claro quem vai pagar e realizar essa atividade.

Como empreendedor, você precisa ter em mente que nem todos vão estar na mesma página quando o assunto for se adaptar as mudanças. Para promover a cultura de inovação é preciso ter paciência para lidar com esse cenário, além de incentivar a curiosidade sobre os processos a serem implementados.

ATENÇÃO

* Quanto mais benefícios eles demonstrarem às equipes envolvidas, mais chance a empresa tem de fazer o projeto inovador vingar.

* Para facilitar a aceitação da nova cultura, estimule a convivência de pessoas de perfis diferentes dentro do ambiente de trabalho, para que umas possam conversar com as outras sobre o que está sendo debatido.

Outra forma de engajar os colaboradores em torno de uma nova cultura de inovação é dedicar partes do expediente para falar exclusivamente desse tema, sem prejudicar a produtividade da equipe.

Desmistificar o que é inovação, contrapô-la ao conceito de invenção e mostrar que não são só as gigantes da tecnologia que podem inovar.  São conceitos que podem ser melhor compreendidos através da conversa franca entre os membros da organização.

Não deixe, também, de encorajar iniciativas: se algum colaborador tiver uma ideia de como inovar, ainda que ela não seja viável no momento, não trate essa ideia com desprezo.

Pelo contrário: estimule, sempre que possível, o compartilhamento de novas ideias, como em um brainstorming pela inovação. Quanto mais ideias, mais chances de dar certo. E, do ponto de vista da equipe, sentir reconhecimento e valorização por uma sugestão dada motiva as pessoas a se adaptar a novas situações.

LEMBRE-SE:

?para se antecipar às tendências e desenvolver ideias, produtos ou serviços que te permitam atender a demandas futuras de forma rápida e eficaz, fique de olho no mercado

?e tenha sempre seu plano de negócios em mãos, para ter certeza de que seus objetivos estão alinhados com o que os consumidores pedem.

ATÉ QUE PONTO ERRAR PODE SER, REALMENTE, BENÉFICO?

Um ponto polêmico da cultura de inovação, principalmente no que tange às startups, é a tolerância quanto a erros. Muito se diz sobre errar para aprender, e errar rápido, para evitar gastos desnecessários.

Mas até que ponto errar pode ser, realmente, benéfico?

Em linhas gerais, a inovação pressupõe uma série de testes, na rotina de tentativa e erro, até que se tenha o produto final pronto. É muito difícil, em qualquer mercado, acertar de primeira. Contudo, o número de falhas toleráveis vai depender de cada empresa, e, principalmente, da evolução de seus produtos e serviços.

A NASA, por exemplo, não pode lançar um foguete tripulado para outro planeta sem antes fazer uma série de testes em solo, uma vez que toda a estrutura é extremamente cara, sem contar o valor das vidas humanas. Não existe, simplesmente, a possibilidade de erro, nesse caso.

Mas, como sua empresa não é a NASA, certamente algum nível de erro será permitido. Só não deixe que os colaboradores se sintam desestimulados com uma série de insucessos. Se o erro faz parte da cultura de inovação, aprender a lidar com ele deve ser pauta dos debates sobre esse assunto dentro da empresa.

COMO CONQUISTAR NOVOS MERCADOS?

Mais uma vez, o documento adequado para fazer a melhor leitura de novas maneiras de expandir mercados, aplicar inovações e usar sua estrutura de maneira criativa é o seu modelo de negócios.

Quando bem feito, ele conterá todas as informações que você precisa para entender onde, e em qual intensidade, pode arriscar mudanças.

Porém, não deixe de ouvir os colaboradores e suas opiniões sobre o que pode ser mudado ou adaptado para melhorar algum produto ou serviço. Sempre que tiver oportunidade, pergunte também a seu cliente o que ele acha que poderia melhorar ou mudar em suas entregas. Ao tecer essas conversas, deixe claro a todos que o objetivo é criar processos inovadores, e que qualquer opinião ou ideia é muito importante para essa etapa.

Descobrir algo, qualquer coisa que seja, leva tempo. Portanto, lembre-se de organizar o tempo da empresa para testar inovações, e dê tempo aos colaboradores para que eles possam refletir sobre projetos, pessoais ou empresariais.

As principais fases do processo de inovação criativa são:

?Criar um produto mínimo viável para testar se a inovação faz sentido real para o mercado a que se pretende atingir;

?Ousar nas metodologias para estimular a inovação, como a chamada de equipes terceirizadas para alavancar processos tecnológicos;

?Ter visão sistêmica dos problemas, não no intuito de reclamar deles, mas de buscar soluções plausíveis para diminuí-los ou eliminá-los;

?Trazer pessoas novas, com olhares novos, para sugerir mudanças ou adaptações a processos empresariais;

Buscar a essência do propósito de existir da empresa. Olhar para dentro, com carinho, pode ser uma forma interessante de iniciar inovações criativas.

COMO INOVAR EM TEMPOS DE CRISE?

Situações de crises podem apresentar oportunidades para quem está atento ao mercado. E isso é verdade: há sempre quem vai sucumbir e, também, quem vai ascender nos piores momentos de recessão econômica ou crise de mercado.

A inovação é peça-chave para a sobrevivência de uma empresa, e é por isso que ela não deve ser feita, somente, quando os problemas surgem. A cultura da inovação sempre é a melhor forma de continuar inovando em tempos de crise e passar por eles com certa segurança. Portanto, invista em inovação!

Não espere a crise chegar para investir e propor diferenciais.

Para começar o quanto antes, e da maneira certa, pergunte-se:

?Minha estrutura atual suporta inovações de qualquer modelo?

?Quais são as expectativas dos meus clientes hoje?

?Quais soluções seriam interessantes se eles não pudessem pagar pelo que pagam hoje?

?O que os consumidores precisam que seja feito, mas ninguém está fazendo?

?O que posso fazer para ajudá-los?

?Como funciona o mercado onde minha empresa atua?

?Como posso melhorá-lo?

?Minhas soluções propostas tem custo-benefício interessante?

As respostas para essas perguntas podem te levar a inovar bem antes de uma crise aparecer.

Aumentar o lucro, a eficiência e a competitividades de uma empresa em um mercado cada vez mais exigente e com rápidas mudanças, é um desafio para todo empreendedor. Uma das estratégias para manter-se no mercado é estar atento as oportunidades e investimento em inovação.

Conte com o Sebrae para te ajudar nesta importante jornada!

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